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Fitch desce ‘rating’ do Banco Angolano de Investimentos 



A agência de notação financeira Fitch Ratings desceu esta quinta-feira a avaliação da qualidade do crédito do Banco Angolano de Investimentos (BAI) para CCC, na sequência da descida do ‘rating’ de Angola, no princípio do mês.

De acordo com uma nota enviada hoje à Lusa, o ‘rating’ do BAI foi deteriorado de B- para CCC, ambos abaixo do nível de recomendação de investimento.

“No seguimento da descida do rating de Angola, a Fitch piorou o ‘rating’ do BAI para refletir os elevados riscos do país em que o banco opera, o que tem um grande influência no ‘rating’, a sua sensibilidade aos riscos de mercado e aos riscos significativamente maiores da exposição do banco às finanças públicas”, lê-se na nota.

De acordo com a Fitch Ratings, que é detida pelos mesmos donos da consultora Fitch Solutions, “o ambiente operacional do BAI é mais fraco porque reflete a pressão do país soberano onde opera, Angola, devido à descida dos preços do petróleo e às consequências económicas da pandemia, incluindo a depreciação da moeda”.

As autoridades, reconhecem os analistas da Fitch, “tomaram medidas para apoiar os empréstimos, incluindo descida das taxas e implementação de um programa de apoio ao crédito para as pequenas e médias empresas, mas a dependência cada vez maior do Governo no mercado de dívida interna vai também contribuir para um afastamento do setor privado” que levará a uma contração do crédito aos privados.

No princípio deste mês, a Fitch Ratings desceu a opinião sobre a qualidade do crédito soberano de Angola para CCC, indicando que há uma possibilidade real de Incumprimento Financeiro (‘default’), devido ao significativo aumento da dívida pública e deterioração das finanças públicas.

“A descida do ‘rating’ reflete o significativo aumento na dívida pública, a reduzida flexibilidade do financiamento externo, como é evidente na forte subida dos juros da dívida, e a decrescente liquidez externa”, disse a Fitch Rating na explicação da ação de ‘rating’, que surge cerca de seis meses da última revisão em baixa, em março.

“A sustentabilidade da dívida pública piorou e as debilitadas finanças públicas vão inibir as autoridades de baixarem significativamente o nível da dívida durante os próximos dois anos”, argumentaram os analistas.

Os especialistas previram que no final deste ano o rácio da dívida sobre o Produto Interno Bruto (PIB) suba para 129%, o que representa “850% das receitas do Governo, mais do dobro da média dos países com ‘rating’ B, com 356%, e é indicativo das dificuldades de Angola em aumentar a receita não petrolífera”.



Fonte: Economico – Politica

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