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Cimeira da paz na Suíça com 90 países presentes


Pelo menos 90 países vão estar presentes na cimeira para a paz na Ucrânia que se realizará a 15 e 16 de junho na Suíça – mas nenhum deles será a Rússia, o que leva vários críticos a recusarem que seja um passo certo no sentido da resolução do conflito. A presidente suíça, Viola Amherd, contesta: esta segunda-feira, afirmou, citada por vários jornais, que o objetivo do evento de 15 e 16 de junho é chegar a um acordo sobre um caminho para encerrar a guerra que começou há quase 28 meses.

A conferência faz parte das iniciativas de Kiev, mas, segundo os organizadores, a Rússia não foi convidada porque terá sinalizado que não iria aparecer. Moscovo sustenta que a Suíça não é um país neutro uma vez que aceitou seguir a política de sanções imposta pela União Europeia. De qualquer modo, o governo suíço disse em comunicado que o encontro terá como objetivo “definir conjuntamente um roteiro” sobre como envolver a Rússia e a Ucrânia num futuro processo de paz.

Viola Amherd disse que a ONU estará presente e que a maioria dos países enviará representação ao nível dos chefes de Estado ou de governo – o que coloca a iniciativa num nível de topo. O presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, devem comparecer. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, será a ausência mais ‘sonante’, com a Casa Branca a enviar a vice-presidente Kamala Harris (que em princípio não fará parte do próximo elenco da administração mesmo que sejam os democratas a ganhar) e o conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan.

A presidente suíça negou que esteja “desapontada” com a presença de menos de 100 países depois os convites terem seguido para 160 nações. As ausências permitem uma espécie de monitorização dos apoios globais à Rússia: cada recusa em comparecer é mais uma ‘ficha’ do lado de Moscovo. Os principais países em desenvolvimento, como a Turquia e a África do Sul, não indicaram se participarão. A Índia, disseram os suíços, participará, mas ainda não está claro em que nível. A lista final de participantes é esperada até à próxima sexta-feira.

Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Suíça afirmou que “a cimeira é um primeiro passo, mas não haverá processo de paz sem a Rússia. A questão não é saber se a Rússia vai aderir, mas sim quando”, afirmou Ignazio Cassis. “Atrevamo-nos a falar de paz”.

O objetivo da cimeira, solicitada por Kiev, é “inspirar um futuro processo de paz”, mas o resultado da reunião permanece incerto, tendo uma fonte do governo alemão alertado que “e muito importante evitar expectativas exageradas”.

A cimeira baseia-se no plano de paz de dez pontos do presidente ucraniano, que compreende entre outras coisas a retirada total das tropas russas do país invadido, o que é o mesmo que Kiev solicitar a Moscovo que se declare derrotado. “Teremos discussões aprofundadas sobre temas essenciais para a Ucrânia e para o mundo: situação dos prisioneiros de guerra, a ameaça nuclear e a segurança alimentar”, disse Cassis. “Não são os mais delicados, mas são, no entanto, importantes”, disse à agência France Presse o diretor do instituto de investigação Swisspeace, Laurent Goetschel.



Fonte: Economico – Politica

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