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Easyjet investe 21 mil milhões em 168 novos aviões



A Easyjet vai investir 21 mil milhões de euros em 2019 em 168 novos aviões. O valor referido é o de catálogo, com a companhia a não divulgar o investimento real.

A sua frota conta atualmente com 330 aeronaves. A companhia aérea britânica vai comprar estes aviões à Airbus até 2029.

Os novos aviões A320 e A321 vão chegar até 2029 com o objetivo de transportar mais pessoas (são maiores) e de redução de custos (consomem menos 15% de combustível), sendo também menos barulhentos (menos 50% de emissão de ruído). Atualmente, a empresa conta com mais de 80 rotas em Portugal.

O investimento foi apresentado esta segunda-feira pela empresa durante o evento de divulgação do novo plano de sustentabilidade para as próximas décadas: até 2035 pretende reduzir as emissões poluentes até 35%. Até 2050, quer reduzir em 78%.

Para atingir este fim, a companhia vai usar vários meios: investir em mais aviões que gastam menos combustível, usar combustível sustentável (SAF) – que permite juntar ao combustível normal (jetfuel) e assim reduzir as emissões poluentes, e desenvolver um motor movido a hidrogénio verde em parceria com a Rolls Royce.

A divulgação do plano da Easyjet teve lugar no mesmo dia em que a libra atingiu mínimos de quase quatro décadas face ao dólar. Como o petróleo é negociado em dólares, como é que isto afeta a operação da Easyjet?

“Estamos relativamente melhor assegurados face a outras companhias”, afirmou, destacando que a empresa faz ‘hedging’ do combustível e das variações cambiais, que funciona como uma espécie de seguro que ajuda a limitar as perdas.

Questionado sobre se o ambicioso plano estratégico de sustentabilidade vai provocar um aumento dos preços, “não prevejo que a transição em si, venha a aumentar “os preços”.

As ações da Easyjet estiveram hoje a cair 1,44% para 302,20 libras esta manhã na bolsa de Londres, e perde agora 0,31%.

A queda da libra acontece depois de o Governo britânico ter anunciado no final da semana passada um miniorçamento do Estado para 2023 que prevê a eliminação do escalão mais elevado de IRS e o cancelamento de um aumento dos impostos sobre as empresas que estava planeado. Isto a par de medidas — no valor de 45 mil milhões de libras — que visam apoiar a economia numa altura em que os preços da energia dispararam.

Com a libra mais baixa face ao dólar, o Reino Unido vai ter de pagar mais para comprar matérias-primas negociadas em dólares, como o petróleo e o gás natural. Outras importações também podem ficar mais caras, aumentando a inflação que já está num nível galopante: 9,9%, em máximos de 40 anos.

Um dos receios no mercado é que o Banco de Inglaterra decida voltar a intervir, anunciando um novo aumento das taxas de juros.

A “BBC” refere hoje que alguns economistas especulam que o Banco de Inglaterra pode vir a marcar uma reunião de emergência esta semana para aumentar novamente os juros. A última reunião teve lugar na semana passada, com as taxas a aumentarem 50 pontos base para 2,25%.

A bolsa britânica esteve hoje a negociar em terreno negativo e avança agora 0,31%. A libra caiu 5% esta e e atingiu mínimos de 1985 nos 1,0327 dólares. Desliza agora 0,37%. Além da queda da libra, a dívida soberana britânica também subiu esta manhã.

*O jornalista viajou para Luton a convite da Easyjet



Fonte: Economico – Politica

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