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Preço da pescada já aumentou 76% desde fevereiro, alerta Deco



Desde o mês de início da invasão russa à Ucrânia, o preço da pescada aumentou 76%. Abastecer a despensa com bens alimentares essenciais pode atualmente custar agora mais de 211 euros, alerta a Deco Proteste.

A organização de defesa do consumidor fez as contas e conclui que o cabaz alimentar custa mais 1,89% face ao que custava há apenas uma semana (3 de agosto), constituindo o valor mais alto desde que começou a análise, a 23 de fevereiro, véspera da explosão do conflito armado.

Desde então, e até 10 de agosto, o preço do cabaz já aumentou 15,04%, ou seja, 27,61 euros. A contribuir para este aumento está, em grande parte, o preço do peixe, a categoria alimentar cujo preço mais aumentou nos últimos cinco meses.

“Entre 23 de fevereiro e 10 de agosto, o preço do peixe registou um incremento de 22,01% (mais 13,28 euros). Só a pescada fresca já aumentou 76% neste período. Fazendo as contas a apenas um quilo (kg) de salmão, de pescada, de carapau, de peixe-espada-preto, de robalo, de dourada, de perca e de bacalhau, o consumidor pode agora ter de gastar, em média, 73,59 euros. Antes do início da guerra pagaria 60,31 euros”, explicita.

Segundo esta organização, desde 23 de fevereiro, têm-se monitorizado todas as quartas-feiras, com base nos preços recolhidos no dia anterior, os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga. “Começamos por calcular o preço médio por produto em todas as lojas online do nosso simulador em que se encontra disponível, e depois, somando o preço médio de todos os produtos, obtemos o custo do cabaz para um determinado dia”, explica.

A análise, continua, tem revelado incrementos quase todas as semanas, com alguns produtos a registarem subidas de preços de dois dígitos de uma semana para a outra. Entre 3 e 10 de agosto, os dez produtos com maiores subidas de preço foram a pescada fresca (mais 18%), os cereais (mais 18%), os cereais integrais (mais 15%), o carapau (mais 15%), o atum posta em azeite (mais 9%), a polpa de tomate (mais 8%), as ervilhas ultracongeladas (mais 8%), o arroz carolino (mais 6%), a perca (mais 6%) e o fiambre da perna extra (mais 6%).

Olhando exclusivamente para as categorias de produto com maiores subidas de preços entre 23 de fevereiro e esta semana, “logo depois do peixe (mais 22,01%), a carne é a que mais se destaca, com um aumento de 17,17%. A mercearia já aumentou 12,01%, seguida dos laticínios, com uma subida de 9,96%, dos congelados, com um incremento de preço de 8,70%, e, finalmente, das frutas e legumes, com um crescimento de 5,88%”.

Na análise às categorias de produto com maiores subidas de preços, os maiores aumentos foram na pescada fresca (mais 76%), óleo alimentar 100% vegetal (mais 34%), salmão (mais 33%), frango inteiro (mais 29%), bolacha maria (mais 27%), polpa de tomate (mais 26%), bife de peru (mais 25%), cereais de trigo, arroz e aveia integrais (mais 23%), farinha para bolos (mais 22%) e dourada (mais 22%).

Tal como já tem vindo a destacar, a dependência externa para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno e o aumento de custos de produção explicam aumento de preços. Da mesma forma, os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor, nomeadamente em produtos como os combustíveis e a alimentação, estão a contribuir para um aumento da taxa de inflação, a qual  acelerou para 9,1% em julho.



Fonte: Economico – Politica

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