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“Mercadona já paga mais hoje em dia do que a DGEG”, diz Paulo Carmona


Uma cadeia de supermercados já paga mais de salário do que um recém-licenciado a entrar no Estado. A revelação foi feita hoje pelo diretor-geral da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), ilustrando as dificuldades do sector público de contratar talento perante os salários mais elevados do sector privado.

“Somos a administração direta do Estado, somos puramente funcionários públicos. Hoje em dia, a Mercadona paga mais do que o nosso recrutamento de técnicos para a DGEG”, começou por dizer Paulo Carmona esta terça-feira. “Pagamos menos de metade do que o mercado oferece”.

“Não distingo entre gestão pública e privada, mas entre boa e má gestão. O tema [no sector público] é que faltam instrumentos para extrair o que de melhor existe nas organizações a nível das pessoas”, disse o responsável na conferência da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN).

Sobre os 97 novos profissionais que vão integrar os quadros da entidade, admitiu que não vai conseguir preencher todos os lugares. “As vagas não vão ser todas cumpridas”

“Há que formar. Dada a especificidade técnica temos alguma dificuldade”, afirmou, reconhecendo que alguns mais “distraídos” aceitam as condições.

Sobre a DGEG, elogiou o “esforço, brio e dedicação” dos seus trabalhadores. “Só assim a DGEG consegue funcionar, tudo é feito com grande dedicação”.

Na sua intervenção, o líder da DGEG anunciou que a entidade vai se retirar do licenciamento dos autoconsumos, que vai passar a ficar nas mãos do Balcão Único de licenciamento, que está a ser criado pelo Governo.

“Quando nos retirarmos dos autoconsumos. Estamos a concentrar-nos nas questões estruturais dos operadores de maior dimensão. Não vamos entrar em licenciamentos de comunidades de energia. Vamos concentrar muito mais a nossa atividade nos processos grandes”, afirmou.

Sobre as mudanças na forma de trabalho, defendeu mais digitalização. “Ainda funcionamos muito com papel. Os promotores estão no século XXI, a DGEG está no século XX. Os promotores enviam-nos em PDF, nós imprimos. Não pode acontecer. A digitalização dos processos é um muito bom sinal”.

 



Fonte: Economico – Politica

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