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“É preciso viver a experiência com tecnologia na primeira pessoa”



A transição digital em curso nos diferentes sectores da economia vai obrigar os escritórios de advogados a encarar temas como cibersegurança, fintech, proteção de dados e blockchain como campos de atuação decisivos para o seu futuro, defende Catarina de Novais, jurista e Business Development Executive da Blue Screen IT Solutions.

“A tecnologia é o fator transformador da profissão jurídica do século XXI, capacitando o perfil clássico da mesma para a Economia 4.0. Conhecimento intensivo, criatividade transversal e serviços inovadores traduzem a elevada capacidade de diferenciação na era da economia do conhecimento”, salienta Catarina de Novais. Temas como os acima referidos “já não são matérias típicas de clientes de nicho – os chamados desafios do futuro. Ancoram, agora, a conexão da advocacia de negócios com um novo perfil de cliente, entidades inovadoras que exigem conhecimento e visão multidisciplinares nos mais variados campos – startups, energia, telecomunicações e tantas outras”, adianta.

“Não basta aconselhar clientes na negociação de contratos relacionados com tecnologia, é preciso viver a experiência na primeira pessoa e maximizar o uso de tecnologia para compreendê-la porque o futuro é agora”, frisa.

A responsável da Blue Screen defende que a advocacia só ganha em “aliar-se à tecnologia e a advocacia de negócios, em particular, conseguirá estar cada vez mais próxima do cliente”.

“Ferramentas de colaboração entre advogado e cliente como o escritório-remoto sem limitações, a partilha de tarefas e ficheiros e a definição de workflows para garantia de maior eficiência tornam o advogado num verdadeiro parceiro: disponível de forma fácil, capaz de prestar um serviço com alta performance e de forma segura”, assegura.

“A incorporação de soluções tecnológicas na advocacia de negócios proporciona aos seus advogados a oportunidade de entender como a tecnologia funciona na prática e potenciais riscos, adotar novos conceitos como a robótica ou a inteligência artificial, sempre tão à frente do legislador ou entidades reguladoras”, conclui Catarina de Novais.

A cada escritório sua estratégia
Maria João Ricou, managing partner da Cuatrecasas, considera que “é fundamental ter uma estratégia na área da tecnologia e ser rigoroso na sua implementação, mas não há uma estratégia única, que seja igualmente válida para todos os sectores de atividade”.

No caso da DLA Piper ABBC, a digitalização é um “pilar fundamental”, seja no suporte aos advogados da firma, seja como parte integrante da prestação de serviços jurídicos aos nossos clientes. A título de exemplo, temos uma equipa dedicada a desenvolver produtos e soluções de Legal Tech”, diz Daniel Reis, sócio do escritório.

“As novas tecnologias há muito que constituem uma das nossas prioridades, o que se tem traduzido num enorme investimento na nossa capacitação digital, nos novos escritórios, designadamente a nossa nova sede de Lisboa, na digitalização dos locais e processos de trabalho e na cibersegurança, bem como numa cultura de agilidade e de ”Legal Project Management” e a aposta na “open innovation”, conclui, por sua vez, a managing partner da Cuatrecasas.



Fonte: Economico – Politica

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