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“Mais ondas de calor” e “secas extremas”. Mediterrâneo aquece mais do que a média global


A UpM – União para o Mediterrâneo alerta que, de acordo com o mais recente relatório (e este foi o primeiro a analisar o aquecimento na região) registou-se um aumento da temperatura na bacia mediterrânica de 1,5 graus Celsius em comparação com os níveis pré-industriais, o que significa que o aquecimento nesta bacia é 20% mais rápido do que na média do planeta, afetando 500 milhões de pessoas de três continentes.

Se não forem tomadas medidas, a temperatura pode aumentar 2,2 graus Celsius até 2040 e ultrapassar os 3,8 graus em algumas zonas até 2100. Além disso, em apenas duas décadas, 250 milhões de pessoas sofrerão com a falta de água na região devido às secas.

O mapa que acompanha a notícia do El País mostra como Portugal também sofrerá com estes aumentos: por todo o Norte do país, no Centro e parte do Sul Interior, a temperatura subirá 2 a 3 graus e, na faixa costeira do Oeste e Sul, o aumento será entre 1,5 e 2 graus.

Com o aquecimento médio desta região, prevê-se que os níveis médios de precipitação baixem 4% na maior parte da região mediterrânica, em particular no Sul. Baixos níveis de precipitação, resultam em maiores períodos de seca que podem afetar não só a agricultura como também o acesso à água.  Num cenário de aquecimento de dois graus Celsius, a disponibilidade de água doce diminuirá entre dois e 15%, um dos maiores decréscimos do mundo. Mais pessoas serão classificadas como “pobres em água” (ter a acesso a menos do que 1000 metros cúbicos per capita por ano). Em 2013, eram 180 milhões. Prevê-se que nos próximos 20 anos sejam 250 milhões.

Para o desenvolvimento deste relatório, que teve inicio em 2015, foram necessários mais de 80 investigadores da rede de Especialistas em Alterações Climáticas e Ambientais do Mediterrâneo (MedEcc). Na introdução do documento intitulado “Riscos associados às mudanças climáticas e às mudanças ambientais na região do Mediterrâneo”, lê-se que os países da bacia do Mediterrâneo, em especial os do Sul, não possuem actualmente a informação adequada para adoptar medidas que reduzam os riscos associados às alterações climáticas. A versão final deverá ser apresentada no início de 2020.

 



Fonte: Economico – Politica

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