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Despedimentos nos bancos aumentam 30% devido ao Brexit


Mesmo numa corda-bamba, o moroso processo de saída do Reino Unido da União Europeia está a causar estragos significativos nos empregos da área financeira. Segundo uma investigação da tecnológica britânica Talent Ticker, em 2018 houve um aumento de 30% nos bancos que reduziram postos de trabalho.

De acordo com a empresa de tecnologia preditiva, as funções na banca privada, trading, vendas, operações, middle office e risco/compliance são as que têm um risco maior de ‘fugir’ de Inglaterra para outros países europeus. A Talent Ticker concluiu que as instituições procuram alternativas mais baratas e estáveis, pelo que até se assistiu a uma certa “cautela” nas contratações para Londres nos últimos meses.

Por outro lado, a aversão a esta metrópole não se sente por todas as terras de Sua Majestade. Muitas empresas tradicionais financeiras estão a fazer as malas ou a investir em cidades britânicas como Cardiff, Bristol e Glasgow, consideradas autênticos centros de inovação tecnológica. Só em Glasgow, a maior cidade da Escócia, assistiu-se a uma subida de 80% nos empregos criados no setor financeiro.

Noutros locais da Europa, os destinos preferidos são Frankfurt ou Luxemburgo, mas também existe a tentação de voar até França, demonstrou a análise desta plataforma de inteligência artificial. “Agora é mais crucial do que nunca que as empresas dos serviços financeiros falem com a sua equipa para perceber aquilo que os está a manter acordados à noite. É necessário que haja uma comunicação interna clara sobre se os funcionários serão afetados. Essa garantia pode ser a diferença entre manter e perder os melhores jogadores”, aconselha.

A Talent Ticker dá ainda o exemplo do banco de investimento J.P. Morgan que terá sugerido a 300 colaboradores mudarem-se para França ou Alemanha numa situação de não-acordo para o Brexit. “No caso de um no-deal, prevemos que cada vez mais empresas financeiras saiam da capital para que possam continuar a negociar dentro da União Europeia”, referem os especialistas da empresa (curiosamente) com sede em Londres.



Fonte: Economico – Politica

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